- Nº 2170 (2015/07/2)

AKEL em Portugal <br> a convite do PCP

Internacional

Uma delegação do Partido Progressista do Povo Trabalhador (AKEL) de Chipre, dirigida pelo seu Secretário-geral, Andros Kyprianou, deslocou-se a Portugal, nos dias 25 e 26 de Junho, no quadro das tradicionais relações de amizade e cooperação com o PCP. Durante a sua visita, a delegação do AKEL realizou um encontro com uma delegação do PCP, dirigida por Jerónimo de Sousa, Secretário-geral do Partido.

Em comunicado conjunto divulgado sexta-feira, 26, sublinha-se que na reunião «os dois partidos tiveram oportunidade de trocar informações sobre a situação nos respectivos países, sobre a situação na União Europeia e sobre outros aspectos da situação internacional e de interesse comum, tendo o PCP reiterado o seu apoio à luta do AKEL e do povo cipriota pelo fim da ocupação turca e pela reunificação de Chipre e do seu povo, de acordo com as resoluções das Nações Unidas».

Na ocasião, «os dois partidos condenaram as políticas que em Portugal e em Chipre são conduzidas pelos governos de direita, as quais estão na origem da profunda crise económica e social que afecta ambos os países, e expressaram a sua solidariedade recíproca com as lutas que os trabalhadores e os povos português e cipriota prosseguem contra as políticas de direita e em defesa das suas condições de vida, da sua soberania e direito ao desenvolvimento económico e social», acrescenta-se no texto.

«Os dois partidos reafirmaram a sua rejeição das políticas e “memorandos de entendimento” da UE, que visam reduzir salários e pensões, retirar direitos laborais e sociais, atacar a soberania nacional e a democracia, garantir a entrega de alavancas fundamentais da economia e a acumulação ao grande capital e impor o domínio das grandes potências – aliás, como a inaceitável chantagem e pressão da UE e do FMI sobre a Grécia demonstram».

Rejeitaram, lê-se igualmente no documento, «os projectos de aprofundamento da UE – nomeadamente, da União Económica e Monetária –, que visam acentuar o seu carácter neoliberal, militarista e federalista e reiteraram a sua determinação na luta por uma Europa de cooperação entre estados soberanos iguais em direitos, de progresso social e de paz, valorizando o contributo do Grupo Esquerda Unitária Europeia/Esquerda Verde Nórdica no Parlamento Europeu, enquanto espaço confederal de cooperação com a sua identidade própria, independência e voz alternativa no PE à direita e à social democracia».

Lutas comuns

O AKEL e o PCP apelaram também «à luta contra o Acordo de Parceria Transatlântica de Comércio e Investimento (TTIP), que a UE está a negociar com os EUA, e que visa levar mais longe o ataque aos direitos sociais e laborais e à soberania dos estados», e chamam «a atenção para os perigos que decorrem da estratégia belicista dos EUA, da NATO e da UE, incluindo na Europa, no Médio Oriente e no Mediterrâneo, e expressaram a sua solidariedade a todos os povos vítimas da ingerência e da agressão imperialista.

«Numa situação internacional marcada pelo aprofundamento da crise estrutural do capitalismo e pela violenta ofensiva do imperialismo, os dois partidos reafirmaram a sua confiança de que pela resistência e luta dos trabalhadores e dos povos será possível alcançar conquistas de sentido anti-monopolista e anti-imperialista, que defendam a paz, a soberania, a justiça e progresso social e a cooperação como valores fundamentais e afirmem a alternativa do socialismo, face a um sistema capitalista cada vez mais explorador, opressor e violento», sublinha-se no comunicado, antes de se destacar que ambos os partidos realçam «a importância da cooperação e solidariedade internacionalista dos partidos comunistas e destes com outras forças progressistas e revolucionárias».

«Nesse sentido reiteraram o seu empenho no processo dos Encontros Internacionais de Partidos Comunistas e Operários, cujo 17.º Encontro se realizará de 30 de Outubro a 1 de Novembro, em Istambul, Turquia», concluiu-se.